28.7.05

Uma pequena análise

O disco cresce inacreditavelmente a partir de "O Vento". "Pois é", a penúltima, é já um clássico. Linda melodia, letra enxuta. O início é lento na impressão geral mas tem a salsa "Paquetá" e os quase sambinhas "Fez-se Mar" e "Morena". Já "Dois barcos", "Primeiro Andar" e, principalmente, "Pássaros" são difíceis e não devem estar nos shows. Esta última é quase experimental, com guitarras lúdicas e vocal arrastado ao limite. No segundo lado caso se tratasse de um vinil, "Horizonte Distante" é um rockão parado seguido por "Condicional", a música mais alegre, feita para se dançar só com a parte de cima do corpo. "Sapato Novo" é um sussurro que necessita de atenção extrema para ser entendida e sentida. No fim, duas outras músicas irmãs: "Pois é" e "É de Lágrima", que começam calmas e se perdem em guitarras e gritos. Ontem estranhei, hoje já gosto muito e ainda me surpreendo. Amanhã provavelmente já estarei adorando.

Diz o Bruno Medina no Release: "O nome é "4", assim, numeral. O número denomina um disco em que a intenção é ser simples. Em épocas anteriores havia uma intensidade quantitativa no que se referia aos arranjos, no "4" a intensidade está nas lacunas. (...)"