3.9.07

meu brasil?

Ai está, um brasil cada vez mais burro, mais falso, mais pobre, mais violento, mais funk, mais telemarketing, mais central de atendimento, mais evangélico, mais sem capacete e avançando o sinal. Um brasil muito mais bope, mais assassino, estuprador, molestador de criança. Um brasil que saqueia e dá golpe em quem já morreu, quem caiu do ceu. Um brasil que mata na pista do aeroporto, na cela da cadeia, na cama do hospital, no buraco da obra mal feita, debaixo do prédio feito de areia da praia. Ai está, um brasil, cada vez mais renan e roriz, e lula e vavá e dirceu, cada vez mais marta, cada vez mais cesar maia, que transborda garotinho e rosinha. Um brasil que traz de volta o Collor, elege o clodovil e absolve todo mundo (salve o STF!). Ai está, um brasil cada vez mais eurico e caixa d' água (mesmo morto), com um ricardo teixeira e um nuzman em cada esquina, lotado de galvão bueno e empesteado de dunga. Ai está, um brasil cada vez menos real, inteligente, cada vez menos Nelson Rodrigues ou Paulo Francis. Um brasil cada vez menos Chico Buarque, Noel Rosa ou Cartola. Onde foram parar os Rubens Bragas, os Rubens Fonsecas ou os Drummonds? O que se vê é um mar de alemãos, siris, galisteus, gimenes, cafeteiras e severinos. O que temos diante de nós, dia a dia, é um brasil triste, envelhecido, caótico, podre, quase pútrido. Um brasil sem caminho, sem luz no fim do túnel. Um brasil atrasado, de cabeça baixa, atrofiado, retrógrado, jogado às traças. Um brasil atolado num mar de mediocres, sendo puxado por uma correnteza de canalhas, afogado num lago estúpidos. Quando se dará um basta no desmando, no descaso, no desaforo? Eu não sei, você não desconfia, ele não imagina, nos nem ao menos esperamos. Talvez Deus saiba, mas nem esse parece se preocupar com essa terra que um dia foi cheia de vida e hoje morre esturricada, entre queimadas e plantações de soja.