22.2.10

Era preciso voltar

Depois do Hexa, depois do natal, do ano novo, de Portugal. Era preciso voltar.
Escrevi aqui pela última vez no longínquo novembro. Desde então, Angelim foi anjo, Zilda Arns se foi e o Haiti quase acabou. No mais, o mesmo.
Arruda foi preso, é fato, mas logo deve sair.
Houve o Europeu de Jiu-Jitsu e, depois, 10 dias lindos. Só eu e ela por terras ancestrais começando por Lisboa, neve, muitas igrejas, alguns claustros, vários quilômetros e quartos de hoteis, uma Ikea e nenhuma vontade de voltar. Mas voltei.
Já com saudade.
Era preciso voltar.
Aqui, o calor de sempre, os juros de sempre, as contas de sempre, as más notícias de sempre, a estupidez de sempre e muito mais do mesmo.
O Brasil tem essa qualidade de não nos surpreender para o bem. Ontem mesmo (olhe a data) um imbecil qualquer quis prender duas garotas que se beijavam num bloco de carnaval.
Era preciso voltar, mas tenho que confessar que fico contando os dias para ser turista de novo, mesmo que a trabalho. Se não fosse por ela, essa terra não teria nada para mim.
Há família, é claro, mas a distância não é morte. Os boeings e Air Bus estão aí para isso.
Pois voltei, pois era preciso.
Em abril, parto de novo.
Para onde vou não é nenhum ceu, e pode mesmo ser um inferno, mas é dos outros. Estou só de passagem.