16.6.10

Dunga, esse incompreendido!

Dunga é um cara chato.

Volante, gaúcho, deve votar na direita, não sabe se a escravidão e a ditadura foram boas ou ruins, volta e meia fala mal do time de 82, xingou a taça na Copa do Mundo em 1994 e chama o nefasto Ricardo Teixeira de “meu presidente”.

Não tem como o José Trajano ou o Juca Kfouri gostarem dele.

Seu time, no caso a seleção, é a imagem exata do treinador. Chata, cheia de volantes, escassa de craques, odeia a imprensa, monocórdia e compromissada.

O primeiro jogo, contra a Coréia do Norte, uma espécie de utopia de funcionamento para uma seleção segundo Dunga, foi um horror. Kaká, o bom moço, muito mal. Felipe Mello, Gilberto Silva e Elano, que até fez um gol, jogaram como sempre. Muito chutão, várias faltas e total imerecimento de envergar camisas que já foram suadas por estilistas como Clodoaldo, Falcão, Sócrates, Gerson e Zico, só para citar alguns.

Mas venceu. O 2 x 1 garantiram a Dunga o sorriso irônico na coletiva pós-jogo, uma fustigada naqueles que pediram a saída de Robinho um ano antes, segundo ele o melhor em campo. Garantiram também a certeza de que o trabalho está sendo bem feito. Nas ruas, o povo vibrou, soltou fogos e agora espera a Costa do Marfim, com Drogba e tudo.

Se perdermos dos africanos, vai ser a hora dos Trajanos e Kfouris sorrirem. Enquanto isso, a Espanha, até ela, perde para a Suíça. O Dunga deve estar gargalhando. Tem estrela esse volante gaúcho!

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