20.5.07

Um dia

O anti-homem não caminha pela rua sem calçadas e sem postes que não iluminam nada nem ninguém. O anti-homem não senta no banco sem encosto ou assento que falta no centro da praça sem árvores cujas folhas não foram varridas do chão onde a grama não cresceu. O anti-homem não assiste ao pôr-do-sol que nem nasceu no ceu que jamais foi azul de dia ou repleto de estrelas de noite. O anti-homem não volta para casa onde não beija sua ex-mulher que não usa aquele vestido florido que ela tanto gosta. O anti-homem não dorme na sua cama sem colchão ou travesseiro, que lhe causa dor nas costas, depois de assistir à televisão dizer que um homem morreu naquele mesmo dia.
Ivan Trindade
20/05/2007

18.5.07

Seja bem vindo ao caos

Esse é o Rio de Janeiro que quer sediar uma olímpiada e que vai realizar os jogos Pan Americanos mais caros de todos os tempos.













Vacas atravessam a avenida Ayrton Senna, em frente à vila pan-americana, na Barra da Tijuca.

7.5.07

Minha vida, minha história, meu amor!













Às vezes, quando faltam chutes certeiros, cabeçadas fulminantes, passes precisos e jogadas definitivas, o que sobra são as vozes. Desde o início, todas juntas, potentes, vorazes, sedentas. Expressam em unissono um desejo, um ardor, um amor. Vindas do alto, em torno, movem a bola e mudam o destino. Dá-se a mágica, o encanto. por trás de cada movimento, estão elas, sempre elas. Sólidas, afinadas, roucas, mas fortes e aparentemente eternas. São elas que acodem, se espantam, empurram, assustam, vibram, odeiam e, enfim, gozam. "É CAMPEÃO!!!", gritam ao fim de tudo. Como explicar? Como prever? Como evitar? Talvez seja possível apenas assistir, aproveitar e aprender.