29.11.05

Porra, vou escrever sobre o Flamengo!

Primeiro de tudo: nos salvamos com um gol de fora da área do Obina. O segundo dele no ano. O primeiro foi contra o Santos com Robinho e tudo. Segundo de tudo: ano que vem tem mais. O pior é que o Joel vai estar no Japão.

a visita

- a quem muito fala resta o eco das vogais perdidas na dureza das consoantes.
mas.....
um instante
não era nada,
apenas o silêncio que me paga uma visita nessa manhã de tantas freadas bruscas
sou-lhe grato por esse hiato
foi só um susto
uma culpa tão comum àqueles que quase não dormem
mas quem sou para reclamar
se durmo tão bem mesmo tão culpado

13.11.05

Medo

Se o caso fosse só esse, seria simples
Mas há você
Se fosse só hoje seria só meu também
Mas haverá os meninos
Por isso tenho medo

Se fosse só um nome qualquer eu até chamaria
Mas é Ane
Se você não fosse responder, eu gritaria
Mas é bem capaz de olhar para trás
Por isso nem abro a boca

Se apenas eu engolisse as palavras, mas sou menos
Eu sei que sou, não vou negar
Mas é que você está ai com todos esses seus encantos
e eu aqui sou apenas letras minúsculas
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(ivan trindade, 12/11/05)

9.11.05

Chega de Poesia

Chega de poesia. Chega de palavras bonitas. Chega de chororô. Amar são visceras. É o incomodo que nunca cessa. Uma vontade de gritar um nome feio. Chocar as velhinhas que sentam toda tarde na mesma praça para olhar as mesmas meninas saindo da mesma escola. E falar mal. Amor não é rosinha ou azulzinho. Tem cheiro de merda no dedo de quando se enfia no cu para ela gozar batendo a maior punheta. Paixão é abajur voando pelo quarto na hora do ciúme. Fodam-se os poetas, fodam-se os cartãozinhos do Garfield. Não quero te apresentar para a minha mãe ou para o meu pai. Quero te foder de manhã a noite. Te virar do avesso. Até a minha porra secar. Até a sua buceta sangrar. Amar é assim. Sem meio termo, geralmente acaba num canto de delegacia ou num quarto de motel barato à beira da Rio-Petrópolis. Um caso de amor de verdade envolve choro e raiva, unhas quebradas, vômito de cachaça, tiro na cara do filho da puta que te tirou de mim. Uma cama ensangüentada. Uma notícia no jornal mais popular. Uma tragédia familiar, o nariz sangrando de tanta coca. Quem disse que o amor é Drummond? Quem foi que disse que é passeio no parque? Amor é xingamento. Amor é a mais de 140 por hora, na chuva, de noite e com o pneu careca. Porra! Fico puto com isso. Não me enganam mais. Amar é uma merda diária. É ligar e ela não atender e querer jogar o telefone na cara dela. É ela ligar e você não atender e ficar sem buceta por dois dias. Caralho. Haja punheta. Haja saco. Amar é o único jeito de não virar um louco e sair matando todo mundo. É amar. Amar, amar, amar.....você.....Onde você vai? Não me deixa aqui sozinho. Preciso de você. Mas por quê? O que eu fiz? Você não está sendo justa. Não, não está! Ah, paciência? Você quer que eu tenha paciência, né? Você vai ver paciência? Vou estourar a sua cara, vou te dar um soco que você nunca mais vai abrir os olhos. Sabe por quê? Porque você é uma vadia! Uma puta! Isso uma piranha! Quer me deixar para sair dando para todo mundo! Por isso é que eu vou dar um tiro na sua buceta! Assim você não vai poder dar para ninguém. Ninguém.....mas...ó que? Não chora. Ah não chora vai. Odeio quando você chora. Você sabe que eu não queria te bater. Mas você é foda. Porra, custa ficar comigo. Estou pedindo muito? Ficar comigo para sempre. Não é muito, é? Mas você me desculpa? Hein? Me desculpa? Foi sem querer. Não queria te machucar. Você sabe que é tudo para mim. Vamos ficar juntos. Para sempre. Quer pedir uma pizza. Eu pago. Você é a minha princesa. Você sabe. Não chore. Vai ficar tudo bem. Em uma semana desincha. Eu te amo.

(ivan trindade, 08/11/2005)

8.11.05

Anemia

Quando te deixei na rodoviária e vi teu ônibus saindo, achei que estava tudo bem. Afinal, já foram tantas vezes, se eu for contar, dá quase cem. Em casa, me senti um pouco estranho. Achei que fosse fome. Fui dormir e acordei gritando:
- Teu nome!!!!
Porém, a maior surpresa surgiu de manhã. Quarta-feira sem elan. Ao me olhar no espelho, percebi uma certa palidez. Acordei velho. Gasto, talvez. Tomei banho e ao me enxugar. Não pude acreditar. Minhas mãos estavam transparentes. A luz atravessava minha pele como lentes. Achei que era uma reação alérgica. Pensei estar em alguma viagem lisérgica. Mas não. Tudo estava normal. O mesmo quarto habitual. O mesmo teto, o mesmo chão. E havia outro sintoma. Uma falta, um vazio coberto de lona. Tentei ignorar, duvidar, gritar:
- Teu nome!!!
Não pude. Estava tudo ali. Menos você. Continuei a sumir. Pouco a pouco. Pensei que estava louco. Na quinta, eu era só um vulto. Uma alma em luto. Não sai de casa. É fantástico como a saudade arrasa. O tempo passou e o quadro piorou. Sexta de manhã, não tinha mais sombra. Uma ausência que assombra. Quando tudo caminhava para o fim, ai de mim. Veio o meio dia e começou a voltar a alegria. Nada como esse dia. O dia da volta. O momento do abraço. O coração em revolta. Os braços como um laço. Na rodoviária, eu melhorava a cada segundo. Era bom estar de novo colorido como o mundo. Então você apareceu. E eu era de novo eu. Total, abissal, incondicional. Sofro de anemia sentimental crônica. Uma moléstia rara. Quase simbólica. Só ataca quando a presença falta. Não há cura. Mas, também, quem tem paixão não quer figura.

(Ela viajou e fiquei sem nada. Lembrei desse texto que escrevi em 2002, quando ela viajava toda semana. Mandei para ela. Por email.)

7.11.05

Três chutes

Ia escrever sobre o Diego Souza, mas não vou. Só vou dizer que ele chutou três vezes a bola contra jogadores do Botafogo em um único lance. E fez o gol. Agora, faltam só 5 pontos dos 15 que disseram que o Flamengo precisava para não cair para a segundona. Bora Mengão, Porra!!!!

5.11.05

criança

Mamãe chamou
Já não estava mais ali
Papai chorou
Fui brincar no laguinho
A água estava fria e triste
Parada, refletindo uma vida
Talvez a minha
Não gostei do que vi
Joguei uma pedra
Minha vida, em pedaços, foi bater na borda
Queria tanto uma bola
Para ser Pelé
Queria tanto crescer
Aprender a sofrer
Mais que isso, entender
Ser isso ou aquilo
Ter amor, horror
Sair da vida
Pensando o quanto teria sido bom
Por um segundo, ter vivido.
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ivan trindade(15/01/1999)

Dos 15 faltam 8!

Não é que Ramirez deu uma bicuda e fez o gol. Um a zero no palestra contra o palmeiras. Poucos acreditavam e ninguém apostava. Até o Arroz jogou bem. Agora, dos 15 faltam 8. Bora Mengão, Porra!!!!

1.11.05

Bora Mengão, Porra!!!!

Faltam oito jogos. Chove e a zaga tem Rodrigo Arroz e Fernando, o que é quase um crime contra as leis naturais do futebol. Mas precisamos de 15 pontos para escapar da segundona, conhecida pelo nome chique de Série B. Do outro lado o Coritiba, que só faz perder há sete rodadas. Ah, como o Flamengo gosta de levantar defuntos. Ainda mais com Rodrigo Arroz e Fernando na zaga. Não dá outra. Ricardinho abre o placar para os curitibanos após humilhação em praça pública do nosso zagueiro Arroz por um tal de Caio, que foi dispensado pelo Fla no início do ano. A torcida, sob chuva e vento, resoolve que não vai vaiar. Canta o hino, pede raça e pula para espantar o frio. Renato pega a bola e tenta o drible na entrada da área. Adianta muito e resolve salvar a jogada se jogando ao chão. Por miopia ou simpatia, Wilson Souza de Mendonça marca penalti. Renato, que perdera incrível gol dez minutos antes, empata e encerra o primeiro tempo. Um a Um. Dioguinho e Alvaro sobem os degraus: - Mais sete jogos assim, não vou aguentar - diz o segundo. A chuva continua. Começa o segundo tempo com Felype "Vomitador" Gabriel no lugar de Junior Jacaré e o time mais a frente. Ramirez tenta a todo custo se encontrar com Josafá em algum canto do gramado para que possam armar uma jogada. O tempo vai passando entre uma cabeçada do paraguaio e um chute alto e cruzado de Renato. Tudo isso permeado por intermitentes falhas de Rodrigo Arroz. Eis que faltando dez minutos, enquanto o Coritiba coloca um zagueiro atrás do outro, entra Souza no lugar de Orelha, que segue de férias. Sem tempo para se cansar, o meia resolve jogar um pouco. O time fica mais incisivo, mas não se chega ao posto de pior ataque do campeonato, menor número de vitórias e maior número de empates a toa. É preciso garra e vontade. Então, aos 42, Josafá tromba com um dos zagueiro e cai. Wilson, o simpático, marca. Falta na entrada da área. Daquelas que o atual técnico do Japão não perderia de jeito nenhum. A torcida, num espasmo de memória afetiva, grita seu nome. A realidade se instala, porém, e Leo Moura parte para a bola, que se choca com a barreira e cria uma confusão entre o Vomitador, dois zagueiros do Coritiba e Ramirez enquanto entra mansamente. Os alemães no degrau de cima gritam e está dois a um. Gol contra dado a Felype Gabriel, que nem tocou na bola. Acaba o Jogo, o Paysandu perdeu no sul e estamos com 38 pontos no alto da zona de rebaixamento. Quinta tem Palmeiras e seja o que Deus quiser. Como disse Dioguinho em algum momento do desespero: - BORA MENGÃO, PORRA!!!!!!!!!!!!