25.5.06

Obina e o espaço vazio


Juro que não queria, mas vou ter que falar de Obina. Obina não é mais um jogador, virou uma peça do folclore rubro-negro. Obina é a certeza do erro. Provavelmente o pior atacante que o Flamengo já teve, tem e terá. Obina fica no banco para o espaço vazio. O vácuo criado pela sua ausência é mais produtivo do que suas bisonhas tentativas de jogadas. Obina não sabe matar a bola, não sabe chutar, cabecear, Obina não sabe correr e tem sérias dificuldades para andar ou apenas ficar em pé. Diziam que Obina estava gordo e por isso jogava tão mal. Descobrimos agora que não, Obina é mesmo ruim. A gordura era apenas a distração para o problema maior deste baiano: a total incapacidade para a prática do futebol. Muitos vão dizer que ele teve um bom campeonato brasileiro de 2004, pelo Vitória. Um acidente, digo eu. Obina não é aquele do Vitória mas, sim, esse do Flamengo. Cada jogo, cada minuto de cada jogo, cada tentavtiva de jogada são a prova de que às vezes, e eu diria muitas vezes, uma pessoa incapaz para uma profissão chega à pratica-la em alto nível. Leva certo tempo para que seja notado e eliminado do meio. A hora de Obina está chegando.

19.5.06

Final do século?

Com Valdiran e tudo, sou mais Fernando e companhia. Caramba, a que ponto chegamos? Flamengo x Vasco chegam à final da Copa do Brasil apenas para irritar os entendidos em futebol. Comentaristas, paulistas ou não, deixaram de acreditar nos clubes do Rio faz tempo. E com razão. Dizem que só estamos na final, tanto rubro-negros quanto cruzmaltinos, porque o chamado trio de ferro (São Paulo, Corinthians e palmeiras), mais o Inter não estavam na competição. Vai ser um jogo de mediocres, isso é certo.

frase de impacto!

"O Rio de Janeiro se tornou um inferno de crentes e funkeiros. O último bastião de vida inteligente é Ipanema e, mesmo assim, só da Vinícius até o Leblon."

14.5.06

Um homem?

Hoje eu vi um homem
Quase no meio do túnel
Quem era aquele homem?
Que eu quase vi.
Seria um quase homem?
Sei que ele estava lá, eu quase o vi.
Quase no meio do nada
Do pouco que eu vi,
vi que era preto, pobre, sujo de pó
Não vi mais nada
Lá ficou o quase homem
Todo no escuro, no meio do nada.

ivan trindade, 15/4/06

12.5.06

Carioca?

Não avanço o sinal
Não ando de van
Não dirijo van
Não tenho adesivo com os nomes dos meus filhos no carro
Não coloco o pé no painel
Meu carro não foi Deus quem deu
Não paro em cima da calçada, nem fumo dentro do ônibus
Não roubo o troco, nem passo a mão em ninguém no metrô
Não sou crente
Não digo "ja é"
Não falo ao celular dentro do elevador
Não dou esmola, nem pago propina
Não votei no Garotinho, nem na Rosinha
Não gosto do Cesar Maia
Não ouço funk
Não subo morro atrás de bagulho
Não jogo lixo na rua
Não sou VIP
Se o Flamengo joga, só xingo o Fernando
Nunca os garotos
Gosto de samba, mas não finjo que sou preto
Sou de esquerda, mas não abraço mais a Lagoa
Nem ando feito hippie com a mesada do papai
Sou carioca, mas tenho medo de bala perdida
Em alguns lugares, nem vou
Mas não blindei meu carro
(continua)

1 x 1 em Minas

Pela terceira vez chegamos ao segundo jogo no Maracanã em uma fase decisiva da Copa do Brasil com um bom resultado no primeiro jogo. Grêmio em 97 e Santo André em 2004. Mais uma vez sinto um certo oba-oba entre a torcida e imprensa. Espero que isso não chegue ao time. Lembrem-se que esse time do Ipatinga eliminou o Santos com dois empates na Vila e Botafogo e o Náutico com vitórias dentro da casa do adversário. Fora isso, o Maracanã pode ser uma armadilha para o time. A torcida anda nervosa e passa do incentivo para a perseguição insana aos jogadores em instantes. Muita calma nessa hora e vamos com tudo para cima dos mineiros. Eu, so queria que tirassem o Fernando, ou o Junior, ou os dois.

8.5.06

para Pedrotti

O Atraso

Acordei
Ele já estava morto
Eu não sabia
Então ainda era feliz
Lembro que cantei
Não lembro o que
Ele já estava morto
Mas eu não sabia
Insultava-o com minhas risadas
A dor perdeu o ônibus
Ele já estava morto
Mas o meu coração não sentia
Como pode um morto ainda respirar?
Falar, andar
Eu não sabia
Mas ele já estava morto
Quando a dor tocou a campainha
Eu pensei que fosse o gás
- Ele morreu
A dor havia chegado
Passou pela porta e sentou-se na sala
Acendeu um cigarro e pediu um café
Ele já estava morto
Mas eu não queria acreditar
Não queria enterrar
A dor veio até a mim e me sacudiu
Acordei
Já sabia que ele estava morto
Chorei.
(20/03/2000)