30.7.07

Da série louco mundo louco: De quem é a culpa?

30/07/2007 - 17h23
Mãe vai a boate, e bebê morre sozinho em casa em Alagoas
Ricardo Rodrigues
de Maceió

Um bebê de sete meses foi encontrado morto dentro de uma casa no bairro da Jatiúca, zona norte de Maceió. De acordo com a Polícia Militar de Alagoas, o garoto havia sido abandonado pela mãe, Tatiana Evelin de Sousa Sena, 18.

Em depoimento, a mãe do bebê disse que alimentou o bebê por volta de 1h do domingo e saiu para uma boate em Jaraguá. Quando ela voltou, ele tinha morrido, disse.

Tatiana foi detida acusada de abandono de pessoa incapaz e conduzida à Delegacia de Plantão 3, no bairro de Jaraguá. Segundo os policiais que efetuaram a prisão, ela tentou reagir e, com o tio Antônio Marcos Ferreira da Silva, 22, tentou agredir os soldados.

O corpo do bebê foi levado ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima para que fosse determinada a causa da morte. Após a necropsia, o cadáver deve ser liberado para o sepultamento. O bebê era o quarto filho de Tatiana.

24.7.07

JJ 3054

Se eu morrer assim de repente
Se o meu avião cair e tudo explodir
Não vá dizer que eu estava sempre contente
Que eu vivia a sorrir
Não minta que todo mundo gostava de mim
Fale dos meus inimigos
De como eles sorriram ao saber do meu fim
Fale das minhas mulheres
As que comi, as que amei, todas que magoei
Fale de você, do que a gente viveu
Não se esqueça do que você sofreu
Conte, um a um, os meus defeitos
Os meus arrotos, os meus peidos
O meu mau humor
Não fui bonzinho, não fui modelo
Traí amigos, contei mentiras
Joguei, bebi, esqueci aniversários
Fui a festas e não levei presente
Não fui herói e com certeza
Perto do fim, me caguei de medo
Não quero palavras bonitas, voz macia
Foto no fantástico, texto da Glória Maria
Estou morto, sou defunto
Mas mereço respeito
Minha memória, levo comigo.

Ivan Trindade, 24/07/2007

3.7.07

Nova série: louco mundo louco

Willian Wack, com aquela cara de porta-voz de alguma multinacional do tabaco, não se fez de rogado e expressou toda a sua indignação: "Como assim crianças (!) de 12 anos podem ler nos seus livros de Geografia que favelas cada facção do tráfico domina no Rio de Janeiro. Ainda mais crianças da rede pública do estado?". Ter as aulas interrompidas por semanas por causa de tiroteios pode. Tomar tiro na cabeça enquanto volta da escola pode. Assistir a cenas de faroeste nos jornais da rede globo, seja em que horário for, pode. Mas no livro de geografias não pode. Afinal de contas, a escola deve estar desconectada da realidade. Uma criança (!) que estuda no ciep da favela da Maré, uma das mais violentas do Rio, não pode ler no livro de geografia que a sua comunidade é dominada pelo tráfico de drogas. Louco mundo louco, repleto de cretinos.