10.6.06

oito linhas e meia de vida

Quando Ane pois bem... se não há de que ou talvez seja somente um pouco. O que? Isso mesmo, enquanto Ane, eu por perto e nunca muito para lá, que é frio. Pra que mais de um? Pra que somente você e eu . E assim mesmo eu acho muito e reduzo. Onde vamos parar se nem ao menos sabia que estavamos voltando de algum lugar? Mas tudo fica claro como um flash. Nada mais do que uma foto tirada muito perto. Mas não mais. Ou menos. Um beijo e adeus. A todos. Eu vou e te levo junto, como sempre foi, é e será. Mais que amor, mais que paixão, mais que filhos. Ane.

8.6.06

Qual a maior agressão?



Não é possível apoiar as cenas de vandalismo na Câmara dos Deputados. Os integrantes do MLST que recorreram à violência perderam a razão, o apoio e a legitimidade para a defesa de qualquer causa, mesmo a justa causa da reforma agrária. Porém, é válido perceber que os fatos de ontem foram mais um na série de afrontas que o Congresso Nacional vem sofrendo nos últimos dias. Primeiro um advogado com ligações claras com o crime organizado falou abertamente que apenas ladrões transitam pelos corredores das duas casas parlamentares: “Aqui se aprende rápido”, disse Sergio Weslei Cunha na CPI antes de ser preso pelos deputados. Dias depois, vários parlamentares receberam cartas contendo fezes. Agora o quebra-quebra. Nelson Rodrigues já dizia que a massa não tem rosto nem razão e uma vez enfurecida, não pensa. Os motivos podem ter sido outros, mas o ataque às instalações da Câmara, tenha certeza, nasceu do subconsciente nacional de que os deputados merecem uns cascudos por tudo que fizeram nessa última legislatura. Mensalão, sangue-sugas, o deputado Janene que há meses se esquiva de ser interrogado pelo conselho de ética, quase ninguém cassado e a vexaminosa dancinha da petista Gadagnin. Afrontas seguidas que o povo aceitou calado. Não sei se há uma organização nesses ataques à Câmara, mas que no fundo o sentimento é de “bem feito!”, ah isso é. Fora isso, cresce a cada dia o movimento para a anulação das próximas eleições com mais de 50% de votos nulos. Os deputados não podem se fazer de ofendidos em suas autoridades. Devem lembrar sempre que a autoridade é do povo e foi apenas delegada a eles por quatro anos. Isso é a essência da democracia. Democracia que é desrespeitada a cada demonstração de corporativismo nas absolvições de deputados envolvidos em escândalos e indicados para cassação pelo conselho de ética. Uma vidraça pode ser reposta, um carro virado pode ser reparado, mas a credibilidade do parlamento ferida pela corrupção e a impunidade leva muito mais tempo para ser recuperada. Bom mesmo seria ver a mesma agilidade e rapidez demonstrada na prisão dos arruaceiros na punição dos deputados e senadores corruptos.