10.5.09

Os UAEs


Abu Dhabi é um pedacinho de terra na beira do golfo. Pequeno e incrivelmente pacífico, mesmo que rodeado por tantos Irãs, Iraques e Arábias Sauditas. No ônibus 5, até o Breakwater, mulheres sentadas à frente e eu e indianos e paquis fedidos atrás. Árabes? Só nos carrões que passam voando pela Zayed The First Street.


Mesquitas por todo lado. Deixe seu sapato na porta, lembre de usar calças e entre. Serás bem recebido. Em uma, deixei email e ganhei três livros sobre o Islã. Em outra, tirei fotos e ganhei uma banana e uma maçã. Terroristas? Não aqui. Nas ruas e nos shoppings, mulheres de burka, só os olhos à mostra; mulheres com lenço na cabeça, mas rostos descobertos e maquiagens gritantes, mesmo com os vestidões tradicionais; mulheres apenas com o lenço sobre a cabeça e as mais caras roupas ocidentais. E também turistas suecas, de camiseta de alcinhas e shorts, para espantar o calor do deserto. Tudo bem livre. "Livre, mas todo mundo está de olho em você", me disse um brasileiro residente.


É um país vibrante onde mais do que nunca "money is king", como diziam os yuppies. Aqui há o hotel mais caro, a torre mais alta, mais Ferraris na rua, mais iates na marina. De noite, no hotel, um pouco de decadência que faria Alah corar. Boates de má fama e árabes tipicamente vestidos arranjando quartos para seus amigos e suas amigas a soldo. Coisa feia que não combina com o Almuaden que acorda a cidade todo dia às 4h30 para a primeira das cinco orações do dia. Não são diferentes. São como nós. Viciados, mal-criados, degenerados, ou não. Tudo igual, mas diferente, como aquele letreiro do Subway.